terça-feira, 27 de janeiro de 2015

AMM QUER PARTICIPAR NO PROCESSO DA GARABI/PANAMBI

Garabi/Panambi: AMM vai persistir na formação de um grupo de trabalho para atuar no processo de construção das hidrelétricas
27 de Janeiro de 2015
Garabi/Panambi: AMM vai persistir na formação de um grupo de trabalho para atuar no processo de construção das hidrelétricas
Vista aérea de Garruchos
Proposta será apresentada ao secretário estadual de Minas e Energia, dia 6 de fevereiro. Obras compensatórias para os seis municípios missioneiros que serão atingidos, integram a pauta da audiência.
A falta de informações concretas da Eletrobras e do consórcio de empresas responsável pelos estudos das duas usinas que Brasil e Argentina se organizam para construir no rio Uruguai, até 2016, as hidrelétricas de Garabi e Panambi, têm sido preocupação constante da AMM. Na região das Missões os municípios de Garruchos, Porto Xavier, Roque Gonzales, Santo Antônio das Missões, Pirapó e São Nicolau terão áreas inundadas com a viabilização do projeto Garabi. A compensação dos impactos ambientais, econômicos e sociais para as comunidades e cidades, que terão grande parte da área urbana submersas pelas águas, continua mobilizando os gestores da Associação dos Municípios das Missões. Neste sentido, o presidente da entidade, Junaro Rambo Figueiredo, juntamente com os prefeitos Carlos Cardinal, Sadi Ribas, Puranci dos Santos, Arno Werle e Benone Dias vão se reunir com o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, dia 6 de fevereiro, às 9h30min, em Porto Alegre.
Envolvimento das Associações
A comitiva das Missões vai sugerir ao Estado a formação de um grupo de trabalho para atuar na tramitação de todo o processo de construção da Garabi/Panambi, com participação de representantes da AMM e outras Associações das regiões envolvidas. Vale lembrar que, no mês de abril do ano passado durante audiência no Palácio Piratini, na Capital gaúcha, quando esteve em debate o impacto destes dois empreendimentos nos municípios, o presidente Junaro Figueiredo apresentou esta mesma proposta ao então governador Tarso Genro e ao diretor de Geração da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, mas não houve nenhum retorno sobre o assunto. “Estamos apreensivos  e com muitas dúvidas. Como ficarão os moradores e a economia das localidades que terão vastas áreas engolidas  pela barragem?”, questiona Junaro, enfatizando que é fundamental acompanhar a negociação de perto. “As autoridades estaduais e a Eletrobras devem apresentar um plano viável de desenvolvimento sustentável, com abrangência regional. Vamos permanecer coesos nesta luta”, garante o dirigente da AMM.
Primeira etapa dos trabalhos
Equipes do consórcio de empresas responsável pelos estudos do projeto Garabi já estão trabalhando com medições técnicas, no levantamento das casas e terrenos, localizados nos seis municípios da região das Missões que serão afetados pela hidrelétrica. Mas, de acordo com o prefeito de Porto Xavier, Paulo Sommer, um dos fatores que nesta primeira etapa já está ocasionando transtornos entre prefeituras e integrantes do consórcio, é a elaboração “antecipada” do Estudo de Impacto Ambiental. “O entendimento era de que, nesta primeira fase, seria realizado o pré-cadastro e apresentação da Carta de Intenções do município para, numa etapa posterior, desenvolver o Estudo. Como em Porto Xavier, profissionais do consórcio começaram os estudos  antes do previsto e sem conversar com a administração municipal, tivemos que suspender temporariamente as atividades que eles estavam executando em nossa cidade”, explica Sommer, que é vice-presidente da AMM.
Em nome do progresso
Localizado à beira da barranca do rio Uruguai, Garruchos será o município mais atingido. Aproximadamente 85% da cidade, onde vive a maior parte dos 3,2 mil habitantes, ficará completamente alagada, inclusive localidades da área rural. O prefeito garruchense, Carlos Cardinal lembra que quando foi construída no município a estação conversora Garabi, primeira interligação de grande porte entre Brasil e Argentina, era grande a expectativa de crescimento econômico e social. “Há mais de doze anos, quando instalaram a conversora de energia em nossa cidade, prometeram progresso e asfalto. Mas, infelizmente, nada disso aconteceu", lamenta Cardinal.
Medidas compensatórias
O prefeito de Garruchos também manifestou preocupação com o futuro dos moradores que serão afetados pelo barramento da Garabi. “A audiência com o secretário estadual de Minas e Energia será de grande valia, pois precisamos de informações mais precisas sobre as obras compensatórias para as comunidades atingidas. Mais da metade dos garruchenses terão que abandonar suas casas e recomeçar a vida em outro lugar. E nossa cidade terá que ser beneficiada com ações que atendam necessidades prioritárias como a falta de hospital e acesso pavimentado”, ressalta Carlos Cardinal.
Em Roque Gonzales, o prefeito Sadi Wust Ribas está aderindo à medidas que venham ao encontro das carências dos moradores. No inicio deste mês, foi iniciada a formação da Comissão Municipal dos Atingidos pelo projeto de construção da Usina Binacional Garabi, no rio Uruguai. O grupo será integrado por líderes comunitários das localidades que terão áreas inundadas, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, do Executivo Municipal, entre outros. Sadi Ribas salientou que a principal angústia da administração municipal é com a perda de área no distrito do Rincão Vermelho, onde as terras são bastante produtivas, a maioria de vargem, bem apropriadas para a agricultura e pecuária. “Não queremos que nossos munícipes fiquem no prejuízo. Vamos nos manter firmes na luta pelos direitos dos atingidos, assegurou o prefeito roquegonzalense.
Benone Dias, prefeito de São Nicolau, outro município que terá moradores desalojados pela formação dos reservatórios, evidenciou que “é fundamental o trabalho conjunto dos prefeitos missioneiros e a força política da AMM, nesta retomada de ações direcionadas às consequências da construção da barragem Garabi na região das Missões”. Se for concretizado, o projeto Garabi/Panambi será o maior complexo hidrelétrico e o mais volumoso investimento feito no Rio Grande do Sul.

Por Karin Schmidt
Fonte: Assessoria de imprensa

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